domingo, 8 de abril de 2012

Capítulo V - Artigo Fetiche, Podolatria e Dangling


Fetiche e Sociedade


Agora sabendo do que se compõe o Dangling, sua definição, bem como todo o processo que o envolve, preocupa-se neste instante em estabelecer um instituto que demonstre como a sociedade enxerga esse fenômeno sob o advento do fetiche.
Pois bem, como se sabe, o processo de aceitação das práticas fetichistas não foi tarefa das mais simples.
Houve grande recusa, rejeição e incompatibilidade com os valores da época, precisamente século XVIII.
Preferências de indivíduos por objetos e peças do vestuário feminino como sapatos, lingeries, calcinhas, provocaram o maior alvoroço, e desestruturou os ditames daquela sociedade elencadas em seu conservadorismo e sólidos valores morais.
Temerosos com a sanção e punição, tanto religiosas como morais, indivíduos com inclinações fetichistas, chegavam a cometer suicídio, por eles próprios não compreenderem e aceitarem que possuíam  aquela atração, digamos tão peculiar.
Ao longo dos tempos, empreendidas pesquisas científicas, sobretudo no campo da Sociologia e Psicologia, pensadores como Freud, então precursor da Psicanálise, soube dar um tratamento mais adequado e científico ao advento do fetiche. Dissociando-o da errônea estigmatização imposta pela sociedade.
Para Sigmund Freud, o fetiche nada mais é do que uma concentração e potencialização sexual, concentrada em uma parte específica  do corpo, ou simbolizada  por certo objeto.
Tal especificação origina-se do fato, que segundo ele, está direcionado à infância do fetichista, que enxergava um falo imaginário na mãe, e tinha temor de ser castrado pelo pai, tendo esse respectivo elemento, reaparecendo novamente durante a puberdade ou idade adulta, simbolizando dessa forma, toda sua energia psíquica sexual em uma região específica do corpo, materializando-se  como por exemplo nos pés e sapatos de salto alto, unhas grandes, botas, espartilhos, dentre outros.
É apenas uma preferência sexual. Um instrumento catalisador e potencializador  de prazer, fomentado e direcionado pelas fantasias humanas, especialmente masculinas. Fenômeno esse tão intrínseco no dispositivo psíquico- hormonal da constituição da formação sexual humana. Um alibido, um tempero que apimenta as relações sexuais humanas. Nada mais é do que um estimulador, um propulsor de fantasias, desejo e fomentador do prazer.
Com isso, no decorrer do tempo, foi paulatinamente  sendo introduzido na consciência das pessoas, a contextualização do fetiche como aptidão e inclinação para atribuição valorativa de uma pessoa a determinada parte do corpo ou objeto.

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