domingo, 22 de janeiro de 2012

Artigo Fetiche, Podolatria e Dangling

Estou postando o primeiro capítulo de uma pesquisa que tenho empreendido sobre o universo do fetiche, tendo como foco a Podolatria, cuja qual Dangling é espécie. Procurei dá uma abordagem científica e empírica sobre esse fantástico e en cantador universo que é composto o Dangling. Espero por comentários!




Desmitificando o Dangling – Conceito e Origem


Não há notícias em nenhum registro bibliográfico ou bancos de dados na internet, acerca do Dangling, apenas abordando o tema fetiche como um todo, mencionando alguns gêneros, como Podolatria, do qual Dangling é espécie.
Analisando endereços eletrônicos que descorrem sobre tal tema, como www.dangling.com , www.legsandheels.com e www.danglinggirls.com, e demais blogs, foram encontrados somente definições e tentativas de conceituação ou mera exposição visual e fotográfica, mas nada realmente aprofundado e concreto.
Então, sobre essa lacuna, aliada ao interesse pela proposta em questão, conduziu-me à uma pesquisa e tentativa de discriminação do tema Dangling, âmbito fetichista, investigando sua origem, definição e abrangência.
Mas o que é Dangling? Palavra de origem inglesa que ao nosso vocábulo significa ´´ balançar, pendurar´´, admitindo vários significados.
Numa busca mais substancial, sobretudo virtual, pode-se auferir o complemento ´´ Shoeplay´´ ou ´´ Shoedangling´´. O primeiro remete à habilidade e facilidade no manuseio com sapatos e sandálias, como se estivesse brincando, se distraindo. Já o segundo apresenta-se mais específico se deportando ao emprego do sapato em si, manipulando habilmente o calçado na ponta do dedo do pé.
Desta forma, Dangling Shoeplay e Shoedangling podem ser interpretados como balançar e pendurar sapatos ou sandálias na ponta do dedo do pé. Mas o que isso significa?
Bem, num primeiro momento, durante acontecimentos no decorrer da história, vislumbrou-se o advento do fetiche, ou seja, a atribuição de valor de fantasia, desejo sexual a uma parte específica do corpo, ou alguma peça do vestuário, ou até mesmo um acessório.
Nesse contexto, foi explicitada a atração, ou melhor, fetiche por pés femininos. Homens que sentiam desejo fora do comum em tocar, acariciar e beijar pés femininos.
Na França, tal inclinação sexual foi concebida como aberração, doença, anomalia e até perversão. Homens que portavam esse descontrolável fetiche chegavam a se suicidar, por não aceitarem esse sentimento, ou temerosos da sanção moral repressora dessa atração peculiar.
Contudo, havia outro elemento intrínseco ao desejo por pés femininos, cujo qual formava com este  uma relação imutável, indissociável e incondicional. Estamos falando dos sapatos de salto alto. Indiscutivelmente foi um casamento perfeito. Ora vejamos: Lindos pés com unhas pintadas em esmalte, sustentado por um imponente e sensual par de sapatos alto compõe um conjunto extremamente significativo, sensual e potencialmente fetichista.
Eis uma dualidade das mais perfeitas e bem construídas da fantasia e imaginário da sexualidade humana.
Impõe toda uma posição hierárquica, majestosa e sedutora. Para alguns, até uma inversão de valores. Em que o gênero sexo frágil se torna tão poderoso  e onipresente, numa combinação contrastante entre feminilidade  e delicadeza com poder e autoridade.
Para entender melhor esta relação de feminilidade  e poder/ delicadeza e autoridade é necessário mergulhar no universo da Podolatria.
Podo (pés) Latria (Idolatria), ou seja, Idolatria dos pés. É um dos fetiches masculinos mais comuns, representado pela adoração dos pés femininos pelo homem. Para Sigmund Freud, o fundador da Psicanálise, o fetiche consiste em um falo imaginário que o menino enxerga na mãe, apresentando um temor de seu castramento pelo pai, em que esse elemento fálico reaparecerá  na fase da puberdade ou adulta sob diversas formas, concentrando  em um único ponto.
Em nosso objeto de estudo, essa forma que se consolida numa específica região, esta será visualizada nos ´´pés´´.
No português Podolatria, no inglês Footfetish e no francês Fetichisme de Le pied.
Para os últimos, recebe a denominação  ´´ feitiço do pé´´. Mas o que vem a ser isso?
Fazendo uma analogia da expressão cujo qual concentramos nosso estudo: Podo ´´pés´´ e Latria ´´ idolatia´´, pode-se interpretar a seguinte significação: Idolatria ou veneração dos pés. Tomando uma conotação de algo sagrado, contemplativo, um objeto extremamente valorativo, em que o fetichista focaliza toda sua adoração nessa região.
Pode ser  concebido como um admirador de uma oba de arte, o qual tem um olhar treinado, sendo um exímio  observador. Como se ao avistar o tão desejado elemento fetichista acendesse uma pólvora que explodisse  dentro de seus desejos e fantasias mais ocultas. Um fervor incontrolável, um combustível explosivo que o incendeia completamente.
A partir desta metáfora exposta, compreende-se essa singular e peculiar relação de desejo, atração e conexão do fetichista com o símbolo particular e específico de seu prazer: ´´os pés femininos´´.
Porém há uma complexidade advinda  dos pés da dama. Como se mencionou anteriormente, a podolatria está representada pela indissociável dualidade: pés X salto alto. Onde se observa toda a simbologia e representatividade da posição hierárquica e sedutora do sexo feminino.
Esse composto origina um fenômeno único e diferenciado, sendo denominado como uma forma singular inserida dentro do contexto da podolatria, transcendendo a idéia de atração pura e simples pelos pés femininos belos e bem cuidados. Na verdade, essa prática fetichista é tudo isso, só que engloba algo mais. Propagando-se além do fetiche pelos pés em si. É o que veremos no próximo capítulo.