sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Capítulo II Artigo Fetiche, Podolatria e Dangling


A arte do Dangling





Esse algo mais mencionado no capítulo anterior consubstancia-se em um movimento, ´´ uma força motriz que move algo´´, e para realizar tal ação, utiliza-se  de um instrumento, uma ferramenta. Ou seja, sapatos de salto alto, chinelos, mules, escarpans, tamancos, anabelas, quer dizer, ´´ calçados femininos´´
Estamos diante de como se diria na gíria popular ´´ pés inquietos´´, puro nervosismo ou mania , que transmite nervosismo ou insegurança.
Esclarecendo; sob a ótica literal da palavra, Dangling tem acepção de balançar e pendurar. Mas esta interpretação mostra-se vaga e restrita. Então, precisamos estendê-la à uma amplitude mais ampla. No sentido lato, usaremos o termo Dangling Shoeplay, o qual significa pendurar, balançar e até brincar  com os sapatos, na ponta dos dedos.
Sim, é costume trivial e costumeiro de certas e determinadas mulheres tidas como inquietas ou ansiosas demais.
Muitos as estigmatizam como nervosas, intranqüilas e inseguras.
Mas no que consiste tal movimento acometido como uma mania tão comum?
Mecanicamente descrita, podemos visualizar como o habitual hábito que possuem essas mulheres durante o momento em que estão sentadas, com as pernas cruzadas enquanto aguardam o atendimento numa clínica, ansiosas esperando alguém ou meramente se distraindo para passar o tempo, então começam a brincar com o tamanquinho, balançando-o na ponta do dedo, com posição suspensa, pendurada, movendo exaustivamente e freneticamente o sapato.
Numa visão estrita e costumeira, é denominada de ´´mania´´. Algo casual e meramente sem grande importância. Algo rotineiro, um paradigma  de insegurança e nervosismo.
Porém, sob a ótica do estudo do fetiche, visualizaremos uma perspectiva macro, a qual será nosso objeto central de estudo.
O movimento efetuado por essa mulher, que no idioma inglês recebe a denominação de Dangler, isto é, a mulher que pratica o ato de fazer Dangling, se caracteriza muito mais do que um simples balançar de sandálias na ponta dos dedos do pé.
Diante do olhar de um fetichista, tal imagem produz um sentido totalmente múltiplo e significativo. Constitui-se com a expressão máxima de seu prazer, e que conduz de forma alucinógena todo seu olhar.
Imaginemos uma sugestão hipnótica, em que uma pessoa se submete a um processo de transe ou hipnose.
É exatamente isso que acontece. Daí então, a célebre expressão ´´ Feitiço do Pé´´. Tão sabiamente denominada.
Durante esse processo, os olhos do adorador irão seguir cada movimento do balançar do pé de sua musa, com o calçado pendurado sempre na ponta dos dedos, em movimentos intensos e exaustivos, no sentido cima/baixo e por outrora circulares.
Existe, contudo, uma gradação desse movimento. Aos olhos do fetichista por Dangling, ele delicia-se e realiza-se durante as três fases distintas do dangling, em que inicia-se devagar e vai adquirindo uma maior velocidade. Tudo depende, portanto da ansiedade da Dangler.
Pois bem, trataremos agora  desses estágios que compõe o Dangling, estando divididos em três fases distintas: Início, Maturação e Climax.

a)      Início: Se dá no momento em que a mulher senta, cruza as pernas e começa a balançá-las  ou tão somente os pés, em movimentos hábeis, pressionando o dedão do pé de trás para frente, ou impondo movimentos rápidos dos dedos contra o calçado, fazendo com que a tira do sapato escorregue deslizando até a ponta dos dedos.
b)      Maturação: É o desenvolvimento do Dangling. Já solta e liberada a tira do tamanco, sandália ou chinelo, o pé começa a balançar em movimentos mais acelerados, aparecendo, escapulindo da tira dedo por dedo, até restar apenas o dedão ou segundo dedo que sustentam sozinhos todo o calçado, deixando-o totalmente pendurado.
c)       Clímax: É o auge do Dangling, que para muitos é considerado o grande êxtase. Os movimentos ficam mais frenéticos e intensos. A sandália vai atingindo uma velocidade incrível, em que a autora do movimento, a Dangler, vai perdendo o controle do calçado, que começa que praticamente a movimentar-se e a sacudir no ar como um Iô Iô, batendo no solado do pé, num verdadeiro malabarismo, sob sinfonia de uma exime maestra, até que por fim, perde completamente o controle e o deixa cair no chão, fazendo um barulho estonteante. Depois, utilizando a ponta do dedão e segundo dedo, conduzidores e almirantes absolutos do Dangling recuperam o calçado e recomeça todo o ciclo.