sexta-feira, 29 de julho de 2011

Fetiche, beleza e poder


 História do Fetiche

Desde tempos imemoriais, a indumentária é símbolo de poder, autoridade e hierarquia. Na era medieval, reis como Luis XV portavam gibões e Cotê – Hardies, precursores do então colete, adornado em fios dourados e pedras preciosas como ouro, esmeraldas e diamantes, aflorando uma suntuosidade, esplendor e extravagância singular. As damas da nobreza ajustavam-se em longos vestidos com rígidos espartilhos e amplas camadas de tecidos, babados com inúmeros bordados de pedrarias e tecidos nobres como tafetá, musselina e brocado.
A influência do vestir era tal, que determinava o poder e posição social, o qual estava concentrado na nobreza, que a partir da ascensão da burguesia, classe que buscava sempre espelhar-se nos reis, príncipes, duques e damas na forma de vestir, obrigaram a elite dominante a modificarem constantemente suas indumentárias, no intuito de serem unânimes  e ocuparem sempre o topo da hierarquia social.
Além do caráter de prestígio social, existia a relação de caráter sexual, representada por sapatos de salto alto, que significava virilidade e poder, como por exemplo, o sapato de salto 15 cm (centímetros), usado por Luís XV.
Um outro acontecimento marcante foi a denominada de Lótus Dourada na China, onde precisa-se o primeiro grande registro de fetichismo, em que as mulheres chinesas eram obrigadas a enfaixar os pés e encerrá-los num pequenino sapato medindo 8,0 cm, constituindo uma prática que evitava o crescimento do membro e era tido como sinônimo de beleza e sensualidade para aquela civilização.
Por outro lado, na Europa, precisamente na França, foi que começou-se a questionar sobre as práticas fetichistas, comportamentos estranhos para a sociedade como a veneração por pés e partes exclusivas do corpo, a adoração de vestimentas e acessórios como sapatos de salto alto, botas, corseletes e, peças íntimas, a exemplo de calcinhas, sutiãs, lingeries e cintas-liga, o que provocou um grande alvoroço na sociedade da época, levando  a taxar tal comportamento como anomalia e perversão.
Com o passar do tempo, o advento do fetiche foi ocupando lugar na sociedade, tendo sua essência e prática paulatinamente aceita como uma necessidade natural intrínseca ao ser humano. Visto que, todos os indivíduos possuem desejos e necessidades, os quais são consubstanciados em fantasias e preferências sexuais, tão comuns no imaginário humano, sobretudo masculino.
O fetiche nada mais é do que a concentração e potencialização do desejo e atração sexual, situada em uma determinada parte do corpo como pés e unhas grandes, ou acessórios e indumentárias  a exemplo: sapatos de salto alto, botas, espartilhos, dentre outros como já mencionado.
Nesta esfera lúdica e imaginária, o universo da fantasia fetichista propagou-se  por inúmeros campos da expressão artística, representado por ícones da música como Madonna, Lady Gaga, PussyCat Dolls e Christine Aliguerra; do Cinema como Show de Vizinha, Striptease, Closed, Moulin Rouge; bem como no âmbito da Moda, representadas em campanhas publicitárias  de marcas de alto luxo de roupas e acessórios, que utilizam uma linguagem fetichista para se comunicar, seduzir e despertar fantasias e estimular sentidos de seu público.
Contudo, pode-se concluir que o ato de ´´fetichizar´´ é atribuir um valor de fantasia encanto, ou desejo por uma região do corpo, uma peça do vestuário ou até mesmo em acessórios. Como denominam os franceses: ´´ Fétichisme de Le pied´´ - O Feitiço do Pé, que traz menção de os pés femininos estarem indissociáveis de um belo par de salto alto.
´´Portanto, ter fetiche é estar envolvido e enfeitiçado por um prazer e encanto irresistível e sem limites.´´

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sua Majestade Lady Dangler





Sentada em um sofá ou cadeira acolchoada num escritório ou sala de visita, outras vezes numa carteira de faculdade, por outra em bancos de uma praça de alimentação no shopping, e quiça, até numa pracinha de alguma cidade interiorana, ela estabelece ali seu trono, seu reinado absoluto, que de forma majestosa e absoluta, têm todos os podólatras a sua frente, meros súditos, rendidos completamente a primazia e perfeição de seus mágicos danglings.
É impossível não notar, ou desviar o olhar, nem pensar em outra coisa. Suas atenções estão completamente direcionadas aquele pezinho delicado, unhas pintadas, adornadas em aneizinhos e tornozeleiras, manipulando habilmente e incrivelmente sua sandália, tamanquinho ou hawaianas, em movimentos hipnóticos e enfeitiçantes. Por um momento lentos, delicados, vagorosamente insinuosos, como se estivessem despindo, desnudando, como um corpo vestido em uma vestimenta. Da mesma forma, seu calçado vai distanciando-se de seu pé, a tira escorregando, deslizando, aparecendo cada dedinho, como numa sinfonia clássica, ficando então totalmente pendurada no dedão e segundo dedo, as vezes só no dedão, revelando todo seu controle e habilidade, para manipula-lo levando seu pobre súdito a completa loucura.
Por outras vezes, ela está impaciente, inquieta, como uma forte batida da onda do mar, acelera o movimento como um jato supersônico, éis o ´´Dangling Furacão´´: És absoluto, onipotente e onipresente, manifestando movimentos cada vez mais rápidos e incontroláveis, absurdamente desestruturadores. A sandália parece um verdadeiro brinquedo, um Iô Iô, sendo conduzida so no dedão, em que balança freneticamente, naquela velocidade astronômica, parecendo que vai decolar, voar fora de seu pé, não dá mais para se conter, está fora de controle. O seu fiel e desesperado súdito apenas pode seguir de forma contempladora e alucinógena, toda a magia de tal movimento, o qual não denominaria ´´ mania´´, já que configura-se como termo vulgar, prefiro a terminologia ´´ dom divino´´ ou ´´ obra prima´´. Pois só assim, poderia tentar retratar esse fenômeno, essa magia, essa habilidade fantástica, de uma êxime Dangler. Sim a Majestosa, toda poderosa e sublime Mestra, Rainha do Dangling. Ela é a Lady Dangler, a proprietária de minha fantasia, a qual governa com seus danglings extraordinários meus sonhos e desejos a seu bel prazer.
Eu apenas posso manter-me imóvel e estático, contemplando aquele monumento escultural de puro prazer e encanto.
Seu pezinho meu fascínio, seu dangling meu êxtase!